Notícias | Postura do CTC prejudica a própria empresa

Postura do CTC prejudica a própria empresa

05/04/2018

Após assembleia na manhã de ontem, dia 4, o SINTPq recebeu com indignação o cínico comunicado do CTC enviado aos seus funcionários. Primeiramente, é importante lembrar que a cláusula 11ª do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que gerou o impasse e consequente suspensão da assembleia, foi redigida em consonância com a própria empresa. Isso pode ser verificado na minuta encaminhada pelo Centro no dia 23 de março, em e-mail com os seguintes dizeres: “Segue o draft do acordo coletivo (arquivo anexo) conforme alinhado na reunião do dia 21/03”.

O sindicato não fez nenhuma alteração na proposta de redação enviada pela empresa. O objetivo desse tópico era atualizar a cláusula anterior e deixar claro que qualquer desconto seria feito mediante aprovação dos trabalhadores e com possibilidade de recusa individual. É incompreensível o fato de dirigentes do CTC irem na assembleia para causar tumulto em função de uma cláusula que a própria empresa havia acordado.

Durante toda a assembleia, cargos de confiança do Centro estiveram presentes tentando intimidar os demais trabalhadores e conduzir o processo a seu bel-prazer. Essa conduta configura práticas antissindicais que não são aceitas de forma alguma pelo SINTPq.

A suspensão da assembleia deveu-se ao fato dos funcionários não concordarem com a redação da cláusula 11ª. Não seria possível encaminhar a votação do ACT sem que os profissionais estivessem de acordo com um item tão importante e sem que a empresa fosse incluída novamente na discussão.

Sobre a acusação de o sindicato arrastar o processo por interesses particulares, é importante ressaltar que a sustentabilidade sindical não diz respeito apenas ao sindicato, mas a toda categoria. Sem sustentação financeira, o SINTPq não poderá manter sua atuação na base, deixando os trabalhadores submissos às vontades e imposições das empresas.

Também é válido lembrar que foi graças à postura do Centro que a discussão da cláusula de sustentabilidade precisou ser levada aos departamentos jurídicos de ambas as partes, adiando ainda mais a assembleia. Além disso, a direção do CTC parece se esquecer de sua recorrente demora para responder às reivindicações dos funcionários, sempre procrastinando a apresentação de suas contrapropostas.

O SINTPq reitera que a cláusula de sustentabilidade não impunha nenhum desconto compulsório. Ela garantia que a empresa seguiria o que fosse deliberado em assembleia sobre a questão. Após a votação da contraproposta do CTC, a sustentabilidade seria discutida e a decisão seria dos trabalhadores e trabalhadoras.

Aparentemente, nem o próprio corpo gerencial da empresa havia compreendido corretamente a cláusula e o curso do processo. Cegos pela ânsia de prejudicar o sindicato, essas pessoas espalharam desinformação e desordem. Na visão do SINTPq, essa conduta prejudicou a própria empresa, já que a campanha salarial poderia ter sido encerrada ontem, caso o andamento da assembleia fosse respeitado.

O fato da empresa antecipar o reajuste é positivo para os trabalhadores. Porém, ela poderia ter feito isso desde o início das negociações, reduzindo assim o prejuízo imposto aos seus profissionais. Infelizmente, essa não foi a conduta escolhida. A realidade é que o CTC manteve até o fim sua pífia proposta de 1,83% de correção, oferecendo apenas uma migalha de R$ 200,00 para salários até R$ 3.000,00.

O SINTPq segue aberto ao diálogo. Contudo, deixa claro que não aceitará qualquer forma de desrespeito e prática antissindical.