Sindicato e CTC retomam negociações da campanha salarial
Após correspondências trocadas entre empresa e sindicato, a direção do Centro agendou nova reunião negocial para o dia 17 de dezembro. Apesar de considerar a data muito distante, o sindicato espera que a empresa possa contemplar as reivindicações dos trabalhadores e, caso não contemple, faça as devidas justificativas por meio da ata de reunião a ser elaborada.
A não concessão até aqui de nenhuma reivindicação dos funcionários é incompatível com os recentes resultados do CTC, que desde 2014 registra lucros significativos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Centro deve faturar R$ 180 milhões neste ano. O portal novaCana também noticiou os resultados positivos da empresa, afirmando que o lucro da safra 2017/2018 cresceu 14,2% em relação ao resultado de 2016/2017.
Em meio aos sucessivos bons resultados, o CTC prepara sua abertura de capital na bolsa de valores. A previsão, de acordo com a Agência Reuters, é de que isso ocorra em 2021. Em contrapartida, as últimas campanhas salariais não têm colhido os frutos desse crescimento.
Nas negociações do ano passado, a empresa se limitou ao reajuste pífio de 1,83% e recusou todas as reivindicações dos funcionários. A campanha salarial 2016/2017 teve resultado semelhante, com a direção do Centro oferecendo apenas o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e, como se não bastasse, retirando um importante benefício do Acordo Coletivo de Trabalho: o pagamento de adicional de 70% do salário em casos de demissão de funcionários com mais de 45 anos de idade e cinco de trabalho na empresa.
Apesar de vender a imagem de “empresa moderna”, o CTC ainda mantém posturas arcaicas no tocante às relações de trabalho. Um exemplo disso é sua persistente recusa em garantir 180 dias de licença maternidade para as funcionárias. Enquanto quase todas as empresas do setor tecnológico já compreenderam a importância social desse benefício, o Centro insiste em privar as trabalhadoras de passarem mais tempo com seus filhos.
O SINTPq espera que a direção da empresa reflita sobre essas questões. Enquanto o Centro não entender que seu maior patrimônio são seus funcionários e que suas reivindicações são importantes, o Acordo Coletivo de Trabalho do CTC continuará sendo referência negativa para as negociações nas empresas da base do sindicato.
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